07 setembro 2013

7 de setembro negro e vermelho

  
   Hoje é dia 07 de setembro e nesse mesmo dia a 191 anos atrás era feita a nossa “independência”. Essa dita independência colocou no poder um representante legítimo do poder monárquico que, pelo menos em teoria, deveria ser substituído por algo “novo”.

   A linha ininterrupta da história foi traçada e após séculos esse “algo novo” continuou a ser representado pela velha forma de poder. Até o ano de 2003, quando um dito representante do povo foi eleito, o que vimos foi uma sucessão de representantes da elite no comando de nossa nação.

   Infelizmente Lula mostrou não ser esse “algo novo” tão esperado desde o grito do Ipiranga. Suas ações políticas mostram esta firmemente afinadas com as elites, o que ele fez ficou muito aquém do que realmente ele poderia ter feito.

   Fica claro que esse sistema político não mais satisfaz as necessidades da classe trabalhadora. O atual cenário de crise econômica colocou em duvida a legitimidade de seus governantes. E graças a isso novas vozes se somaram aos movimentos, que há muito tempo, vem lutando contra esse sistema político e econômico. Refiro-me aos movimentos sociais e aos partidos de esquerda.

  Vemos então, nessa manifestação do 7 de setembro, conhecida pelo desfile dos militares, uma imagem que na minha vivência ficará gravada: Os Black blocks, ou os que partilham da ideologia anarquista, de camisas pretas, e os da esquerda, com camisas e bandeiras vermelhas, seja de partido ou não, seguindo na mesma direção pela Av. Presidente Vargas, claramente divididos com os “trajes”, as formas de protestar, as formas de gritar, mas claramente unidos contra um sistema que oprime, que traz a desigualdade social, e permanece com estereótipos de preconceitos. Vamos e devemos lutar contra isto, mesmo com posições diferentes, mas em direção há uma mudança clara de conjuntura. Aliás, no momento em que o Choque esteve a fazer uma barreira contra os Black blocks, numa clara ação de violência contra a liberdade e para desunir o protesto, todos da manifestação voltaram para dar apoio de massa aos mesmos. Esses contra sistema atual devem se unir, que juntos somos muito mais fortes, juntos iremos mudar!

     A “violência” dos Black block são contra símbolos do sistema capitalista, eles não “quebram tudo” como tentam passar, são jovens com uma posição ideológica e com ações pré determinadas, e os socialistas e comunistas vem há décadas numa luta em que foram perseguidos e torturados pelos grandes do poder.

   Assim como ficou lindo de se ver nas ruas, os “vermelhos e pretos” devem continuar juntos numa direção e num objetivo claro, mesmo contra todos, contra mídia, contra governo, contra os que oprimem cada vez mais as pessoas e suas ideias.

Felipe Alves e Valdeir Conegundes

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