Todos nós sabemos que há um preconceito no campo “racial”
no mundo todo, referente principalmente aos negros.

Em diversos campos de análise poderemos ver ideias que
desqualificam e minimizam o continente africano, partindo do pressuposto de
inferioridade e das razões para isto.
No campo geográfico, vemos uma análise dos europeus que
chegavam a conclusão de que o norte do planeta, onde a ficava a civilização
europeia, era superior, e a inferioridade do continente africano, da selvageria
e barbárie dos seus habitantes, sendo até impossibilitada de vivência por parte
dos “civilizados” por decorrência de um “calor escaldante” e fazendo uma clara
analogia ao paraíso (norte) e inferno (sul, continente africano, fadados as
piores mazelas). Estão aqui presentes também na imaginação do europeu medieval
um continente africano com seres mitológicos, com humanos com cabeça de
cachorro, pigmeus e toda uma leva de fantasias, além do reino de Preste João,
um reino cristão que ajudaria os mesmos na disputa contra os muçulmanos. Todas
essas suposições se baseiam no mapa mundi conhecido que coloca a Europa como
centro da Terra.
Outra razão para esta visão seria que os africanos são
descendentes de Cam, um dos filhos de Noé, que teria zombado do pai* (no caso
por ele estar nu depois de tomar vinho, porém a nudez pode estar relacionada a
atividade sexual e a tradução não foi perfeita) e estaria fadado a escravidão,
por uma maldição de Noé a Canaã, filho de Cam.
Há tempo preconceitos que remetem a antiguidade clássica,
onde os povos do idioma berbere (númidas, maurtiânios, líbios) deram origem ao
termo bárbaro*. (bárbaro é o termo usado pelos de origem Greco/romana a todos
os povos que não partilhavam da cultura, religião e estrutura social dos
romanos e que tiveram grande influência da Grécia Antiga.)
Com o tempo e permeando ainda características que
subalternizam o continente africano e seu povo, os europeus da fase do
imperialismo determinavam que a África não detivesse “civilização”, sendo até
pensado em retirar a civilização egípcia do continente africano, pois “uma
civilização notável como a egípcia não poderia ter nada a ver com um continente
selvagem como o africano”. Assim sendo, os europeus estariam fazendo um favor
aos africanos em geral trazendo civilização para estes povos.
Todas estas imagens trazem a tona um continente que há
tempos passa por uma imagem de inferioridade e algo que não deve ser entendido
como civilizatório, negando um relativismo cultural e de organizações
sociopolíticas diferentes e de uma complexidade enorme no continente africano, que
poder emos falar em outro texto.
O continente africano hoje em dia passa por uma visão de
que podemos chamar de “afro pessimismo” onde há a ideia de que o continente não
poderá ter um futuro próspero, estando apenas com doenças, pobreza, miséria, e
suas belas paisagens naturais são as únicas imagens que permeiam no imaginário
das pessoas.
Trazendo agora exemplos mais próximos de nós, sabemos que
os africanos das mais diversas etnias foram trazidos para o Brasil como
escravos, para fazer um trabalho manual e em condições completamente precárias.
Considerando mais de três séculos de escravidão no Brasil, e seus 513 anos de
“história” no que se refere ao olhar europeu para as terras já habitadas por
nativos, chamados de índios, temos grande parte desta história negros escravos
(e alguns indígenas) movendo a economia de nosso país, estando fadados a
submissão perante os brancos, apesar de terem tido revoltas como os famosos
quilombos.
Observando todo este cenário, claramente chegamos à
conclusão de que os negros até hoje são considerados de uma forma
preconceituosa, e apesar de estarem em grande número no Brasil, são poucos os
que adquirem altos cargos nos empregos e empresas, ou os que conseguem uma vaga
numa universidade* (Com o advento das cotas, esse quadro melhorou, mas não
resolveu.) Podemos também observar que são poucos médicos, refletindo sobre o
médico negro cubano que foi vaiado por médicos e médicas do sindicato de
medicina em sua chegada ao programa Mais Médicos, que são negros aqui no
Brasil.
Está claro que as influências das diversas imagens que
inferiorizam o negro estão presentes até hoje, seja no humor, onde vemos
características de um negro expostas ao ridículo, seja na pequena frase “tinha
que ser negro”, ou em casos mais alarmantes como ser racista definido (temos
muitos até hoje, apesar da melhoria com o tempo). No campo social com muitos
negros prestando serviços braçais e manuais, e recebendo salários baixíssimos
pelo trabalho* (Não estou dizendo que só negros façam trabalhos a salários
baixos, apenas estou alertando que são maioria.)
Felipe Alves
Fontes:
Jean Delumeau – A civilização do Renascimento
Maurício Waldman e Carlos Serrano - Memória D'áfrica
Marina de Mello e Souza – África e Brasil Africano
bom estou estudando a maior parte no colegio e a outra ja consegui lembrar dos anos passados
ResponderExcluiruma bosta isso tudo
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