10 abril 2013

O povo germano


  Apesar do título no singular, não podemos dizer que existe um povo puramente germano, já que existem variações culturais em diferentes partes dos seus limites habitacionais, pela visão greco-romana esses povos eram totalmente bárbaros, ou seja, de uma cultura totalmente diferente dos antigos clássicos, não só diferentes como inferiores, visto que, os povos europeus de forma geral carregavam muito etnocentrismo, aconteceu com os germanos, com os povos que viviam no que hoje convêm chamar de África e ainda na América colonial, onde índios por serem diferentes foram classificados como inferiores, e de cultura selvagem.

  Os povos germanos de forma geral não se preocupavam muito em relatos escritos ou documentos, como uma sociedade que desconhecia o Estado, viviam centrados na Família, ou no seu clã, onde decisões eram tomadas, os maiores relatos que nos chegam desses povos, vem principalmente de gregos e romanos, que deixavam registros, alguns mais detalhados do que outros, entretanto tácito em seus escritos, deixa fontes suficientes para entender melhor o que faziam e como viviam os famosos bárbaros, mas não podemos deixar de creditar os diversos cânticos de heróis e deuses que ajudou a montar a mentalidade e o pensamento religioso desse povo.

Tácito, como era conhecido, foi um funcionário do governo romano por volta do século I e em sua obra - Germânia – deixa registros bem detalhados sobre aqueles povos, entretanto fugindo um pouco da visão geral, ele acabou por quebrar um pouco do etnocentrismo, claro que modestamente sendo um romano de nascença não poderia esquecer tudo aquilo que ouviu durante sua vida, ainda assim, como permaneceu aproximadamente quatro anos em lugares distantes do império pode ter tempo de relatar suas observações com precisão.


 A vida do jovem germano se foca na família, já que somente ela pode lhe garantir os direitos adquiridos, como por exemplo, o porte de armas e o direito ao saque nas invasões, o jovem se mantinha em casa com tarefas domésticas até que atingisse idade para usar armas em combate, o que ocorria normalmente entre os doze ou quinze anos. A guerra era a razão de viver dos germanos, chegando a ponto de se matar em caso de uma batalha ser perdida, ou ainda de se esconder aguardando uma chance para um último ataque desesperado.


 Apesar de seu armamento totalmente ofensivo, composto por lanças, espadas de duplo corte e machados, tinham forças militares muito organizadas com estratégias e técnicas avançadas, dessa forma também podemos notar que a construção de armamento era muito avançada, mostrando uma habilidade quase que insuperável na construção de armas e ferramentas, já que ao mesmo tempo guerreiros, também eram camponeses, e mesmo com seus deveres na guerra, respeitavam a paz na época de colheita.

 A sua vida era de guerra, logo sua religião e cultura não seriam diferentes, Deuses ligados à guerra eram comuns e estavam entre os mais importantes, Thor e Odin são os mais famosos devido a grande divulgação de filmes e contos, porém são integrantes de um pantheon bem diversificado.
 A mulher nessa sociedade era tida como a guardiã da pureza, sendo o adultério tratado com repulsa e morte, ela participava ativamente da vida do guerreiro, por exemplo, no momento do casamento dando um arma na mão de seu esposo simbolicamente dizendo que estará com ele em combate, a morte era tida como algo de certa forma natural e ainda uma honra, pois aqueles que morressem em combate seriam agraciados nos céus.


Alan Aragão

Fontes:
 Os povos bárbaros – Maria Sonsoles Guerras, editora Ática.
Um breve relato sobre mitologia , Editora Escala.
Atlas histórico básico, José Robson Arruda, Editora Ática.



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