Apesar do título no singular, não podemos
dizer que existe um povo puramente germano, já que existem variações culturais
em diferentes partes dos seus limites habitacionais, pela visão greco-romana
esses povos eram totalmente bárbaros, ou seja, de uma cultura totalmente
diferente dos antigos clássicos, não só diferentes como inferiores, visto que,
os povos europeus de forma geral carregavam muito etnocentrismo, aconteceu com
os germanos, com os povos que viviam no que hoje convêm chamar de África e
ainda na América colonial, onde índios por serem diferentes foram classificados
como inferiores, e de cultura selvagem.
Os povos germanos de forma geral não se
preocupavam muito em relatos escritos ou documentos, como uma sociedade que
desconhecia o Estado, viviam centrados na Família, ou no seu clã, onde decisões
eram tomadas, os maiores relatos que nos chegam desses povos, vem
principalmente de gregos e romanos, que deixavam registros, alguns mais
detalhados do que outros, entretanto tácito em seus escritos, deixa fontes
suficientes para entender melhor o que faziam e como viviam os famosos bárbaros,
mas não podemos deixar de creditar os diversos cânticos de heróis e deuses que
ajudou a montar a mentalidade e o pensamento religioso desse povo.
Tácito, como era
conhecido, foi um funcionário do governo romano por volta do século I e em sua
obra - Germânia – deixa registros bem detalhados sobre aqueles povos,
entretanto fugindo um pouco da visão geral, ele acabou por quebrar um pouco do
etnocentrismo, claro que modestamente sendo um romano de nascença não poderia
esquecer tudo aquilo que ouviu durante sua vida, ainda assim, como permaneceu
aproximadamente quatro anos em lugares distantes do império pode ter tempo de
relatar suas observações com precisão.
A vida do jovem germano se foca na família, já
que somente ela pode lhe garantir os direitos adquiridos, como por exemplo, o
porte de armas e o direito ao saque nas invasões, o jovem se mantinha em casa
com tarefas domésticas até que atingisse idade para usar armas em combate, o
que ocorria normalmente entre os doze ou quinze anos. A guerra era a razão de
viver dos germanos, chegando a ponto de se matar em caso de uma batalha ser
perdida, ou ainda de se esconder aguardando uma chance para um último ataque
desesperado.
Apesar de seu armamento totalmente ofensivo,
composto por lanças, espadas de duplo corte e machados, tinham forças militares
muito organizadas com estratégias e técnicas avançadas, dessa forma também
podemos notar que a construção de armamento era muito avançada, mostrando uma
habilidade quase que insuperável na construção de armas e ferramentas, já que
ao mesmo tempo guerreiros, também eram camponeses, e mesmo com seus deveres na
guerra, respeitavam a paz na época de colheita.
A sua vida era de guerra, logo sua religião e
cultura não seriam diferentes, Deuses ligados à guerra eram comuns e estavam
entre os mais importantes, Thor e Odin são os mais famosos devido a grande
divulgação de filmes e contos, porém são integrantes de um pantheon bem
diversificado.
A mulher nessa sociedade era tida como a
guardiã da pureza, sendo o adultério tratado com repulsa e morte, ela
participava ativamente da vida do guerreiro, por exemplo, no momento do
casamento dando um arma na mão de seu esposo simbolicamente dizendo que estará
com ele em combate, a morte era tida como algo de certa forma natural e ainda
uma honra, pois aqueles que morressem em combate seriam agraciados nos céus.
Alan Aragão
Fontes:
Os povos bárbaros – Maria Sonsoles Guerras,
editora Ática.
Um breve relato sobre mitologia ,
Editora Escala.
Atlas histórico básico, José Robson
Arruda, Editora Ática.
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